Jeremy Deutsch, presidente da Equinix APAC, também é coautor deste artigo

Há várias razões relevantes para que as organizações migrem sua TI e necessidades de infraestrutura para a nuvem. Uma das mais importantes é ajudar na construção de uma agenda verde e alcançar os objetivos ESG (Ambiental, Social e de Governança).

Colocar as aplicações na nuvem é um grande redutor de carbono. Uma pesquisa da empresa de consultoria Accenture concluiu que migrar cargas de trabalhos de servidores On Premise para a nuvem pública pode diminuir o uso de energia de uma empresa em 65% e reduzir as emissões de carbono em mais de 84%.

Data Center verde

A sustentabilidade se tornou uma preocupação tanto para os operadores de Data Centers como para os governos, e ações vêm sendo tomadas para endereçar o problema com as empresas de Data Center traçando o caminho.

O futuro dos Data Centers pode ser limpo e eficiente. As infraestruturas de amanhã precisarão ser desenhadas com uma base inovadora, dependente de energia com baixo teor de carbono, alta eficiência do cooling, princípios de economia circular, e a reciclagem do hardware.

Com operadores pioneiros de Data Center dando o passo na construção de infraestruturas mais verdes, todo o ecossistema seguirá. Eles deverão ter em mente três tipos de emissão: 1 - a que engloba os gases com efeito estufa que a empresa emite diretamente; 2 - as emissões indiretas, por exemplo a energia comprada para aquecer e refrigerar edifícios; 3 - e o tipo mais complicado, pois abrange a responsabilidade de toda a cadeia de valor, incluindo fornecedores e parceiros. Este tipo vem sendo o principal foco dos operadores mais progressistas.

Cloud computing para a sustentabilidade

O desafio não é só construir novas infraestruturas pensando na sustentabilidade, mas também se certificar de que a potência computacional seja a mais verde possível. Isso exige que as empresas de nuvem forneçam os melhores serviços possíveis para clientes On Premise com o menor custo ambiental. Um exemplo são os servidores da Alibaba, com baixo PUE.

A instalação de CPUs tradicionais no núcleo desperdiça muito poder de processamento, o que é ineficiente. Ajudando a resolver esta situação, existem as Unidades de Processamento de Infraestruturas de Nuvem (CIPUs). Desenhadas com melhorias na performance de networking, armazenamento, segurança e potência computacional em mente, elas funcionam através da descarga de funções de virtualização dos servidores para hardwares. Este novo sistema de infraestrutura de nuvem foi concebido para alimentar Data Centers nativos da nuvem da forma mais ecológica possível.

Um novo cenário para IaaS

De acordo com pesquisa da Gartner, o IaaS cresceu 41.4% em 2021. Desenvolvedores em cenários IaaS estão atendendo bem as aspirações ambientais das empresas com foco digital. O IaaS é uma ótima forma de as empresas acessarem a infraestrutura que necessitam a partir da nuvem, poupando a necessidade de comprar e manter hardware complexo com todas as implicações de custos e emissões de carbono associadas.

Mas alcançar os objetivos ESG não significa apenas implementar a tecnologia correta. Os esforços de sustentabilidade também implicam o desenvolvimento de cadeias de fornecimento digitais que respondam às necessidades ambientais. Lidar com a delicada questão das emissões de âmbito 3, por exemplo, significa assumir a responsabilidade por toda uma cadeia de valor, incluindo fornecedores e parceiros.

Qualquer pessoa investindo em IaaS está contribuindo para os esforços globais de sustentabilidade e também ajudando as cadeias de fornecimento digitais a alcançar seus objetivos verdes. Colaborar, nesse sentido, é essencial. O setor cloud do futuro necessitará de um ecossistema de parceiros sustentáveis trabalhando juntos em direção ao negócio e ao meio ambiente.