O DCD>Connect São Paulo retorna ao Brasil para a sua segunda edição, nos próximos 7 e 8 de novembro, no Sheraton São Paulo WTC Hotel. O evento reunirá a mais de 800 executivos da cadeia de fornecimento e design de Data Centers.

No dia 7 de novembro, às 17 horas, Rogério Bruck Ely, COO da Elea Digital, participará do painel: "A busca pelo triângulo da eficiência - PUE, CUE e WUE: como equilibrar desempenho e eficiência em um Data Center?". Para discutir sobre a temática, DCD entrevistou Rogério dias antes do evento.

Quais são os principais desafios para equilibrar o rendimento e a eficiência num Data Center?

Estar sempre atento às métricas e ao contexto total do Data Center. Muitas vezes podemos fazer um investimento e ter ganhos numa determinada métrica e, por outro lado piorar outra. Assim, ter o domínio da planta instalada e entender como fazer movimentações é fundamental para a obtenção do equilíbrio. Este equilíbrio nos remete a uma situação em que possa obter ganhos sem precisamente termos perdas.

Por que as métricas PUE, CUE e WUE são importantes para o gerenciamento de um Data Center?

Indicadores sempre são necessários para uma boa gestão. Para os Data Centers, as métricas PUE, CUE e WUE são muito importantes para acompanhamento da eficiência, mas não podemos nos limitar somente a estas. Primeiro, é importante nos compararmos com nós mesmos e não às métricas estabelecidas pela indústria. Digo isso, pois entendo que você precisa evoluir em relação às suas próprias medições, buscando alternativas de melhorias e assim sucessivamente.

Quais são as principais estratégias para melhorar o PUE e reduzir o consumo de energia num Data Center?

A substituição de equipamentos por versões mais modernas e muito mais eficientes, certamente, é uma boa estratégia. Essa frente tem um custo associado que, mesmo podendo ter um payback razoável, requer investimentos nada confortáveis.

Esta estratégia, por si só, traz ganhos, mas não resolve as perdas. Sabemos que um dos maiores vilões no setor de Data Center é o sistema de refrigeração.

Isto é, penso que o processo de estanqueidade é o fator mais relevante no trabalho de eficiência, visto que as perdas podem ser muito grandes e muitas vezes não percebemos. Este é um trabalho que pode ser iniciado a custo praticamente zero e pode trazer benefícios imediatos. Ele deve evoluir ao nível de começarmos o enclausuramento de corredores, se possível, e na qualidade do retorno do ar. Estas são apenas algumas das movimentações que trazem resultado, mas existe uma infinidade de ações que podem ser adotadas para otimizar os números da companhia nesse quesito.

Quais são as tecnologias sustentáveis mais prometedoras para reduzir a pegada de carbono nos Data Centers?

No que tange aos provedores de energia, a utilização de tecnologia na obtenção de energia por meio de fontes renováveis de geração, é um movimento excelente em prol da sustentabilidade.

Já para os provedores de Data Center, que já compram energia renovável, o próximo facilite que se pensa são os geradores. Para este elemento, ainda temos poucas opções, como as usinas a gás e à hidrogênio, e de pouca utilização no Brasil.

Não sendo possível utilizá-las, é muito importante termos a manutenção qualificada na nossa geração, para que possamos ter o maior rendimento possível.

Outra forma, é o retrofit de equipamentos de maior eficiência, pois isso nos remete a um consumo menor de energia e consequentemente, um consumo menor de carbono.