A Zeittec entregou, no último mês de outubro, o novo data center da Sanepar, construído com topologia de data centers de alta velocidade. A instalação foi feita na sede administrativa da Companhia de Saneamento do Paraná, em Curitiba.

A Sanepar é responsável por oferecer serviços de saneamento básico para 345 cidades do Paraná, Porto União e Santa Catarina. Segundo o ranking do Grupo Amanhã, é uma das maiores empresas do Sul do país e atende mais de 9 milhões de pessoas.

O projeto foi desenvolvido de forma exclusiva para atender todas as necessidades da empresa, que tem impacto direto na vida dos paranaenses e dos catarinenses.

O data center foi instalado com elevada proteção contra downtimes e projetado para transmitir dados em alta velocidade com a topologia de data center spine-leaf. A tecnologia garante baixa latência e melhor eficiência.

Por que a Sanepar escolheu uma topologia de data centers com alta velocidade?

Hoje em dia, tendências como a Internet das Coisas, o comércio eletrônico, a virtualização de serviços e o Big Data exigem capacidade de armazenamento e tráfego de enormes quantidades de dados em velocidades cada vez maiores. Por isso, o data center da Sanepar foi construído com uma topologia para oferecer soluções aos usuários em alta velocidade.

Dentro das estruturas dos data centers, quando o assunto é conectividade, a busca é sempre pelas maiores taxas de entrega para disponibilizar e processar as informações, dados e análises da forma mais rápida possível. E foi partir desse ideal, que a Zeittec executou o projeto do data center da Sanepar, com a capacidade de 40 Gb. Data centers tradicionais de pequeno e médio porte costumam ter disponibilidade para as conexões 10 Gb.

“Toda essa estrutura foi feita através de cabos da Furukawa de low loss, ou seja, baixa atenuação. Quanto menor a atenuação, mais velocidade você consegue trafegar dentro do cabo”, explica o diretor-técnico da Zeittec, Fabrício Costa.

Conexões de alta velocidade em topologia spine-leaf

Outra característica cada vez mais frequente em data centers que trafegam dados em alta velocidade é a utilização de topologia de rede spine-leaf (ou fabric switche, como também é chamada).

O que isso significa? Na topologia de data center da Sanepar, cada rack de servidores é conectado diretamente a um switch leaf.

E cada switch leaf é conectado a um switch de camada superior – spine. A camada spine é o backbone da rede. E este é responsável por interconectar todos os switches da camada leaf.

Se um dos switches de nível superior falhar, o data center sofre apenas uma degradação leve no seu desempenho, já que possui múltiplos caminhos de comunicação. Isso garante redução de falhas na transmissão de dados, ou seja, alta disponibilidade do data center.

Escalabilidade

A arquitetura spine-leaf também oferece alta escalabilidade. Isso porque a capacidade da rede (largura de banda) pode ser aumentada com a adição de conexões entre switches leafs e spines.

Numa grande corporação, como a Sanepar, a escolha da topologia spine-leaf garante que o tráfego de dados tenha sempre o mesmo número de saltos perto do destino. Isso faz com que a latência seja a mais baixa possível. E para o usuário final, a baixa latência significa maior desempenho.

Uma pesquisa realizada na Universidade de Brasília (UNB) comparou cinco arquiteturas de rede utilizadas em Data Centers. E concluiu que as topologias baseadas em spine-leaf têm quase o dobro de desempenho que as demais em termos de latência e de taxa de transferência. E isso ocorre alterando-se apenas a topologia da rede. Ou seja, com a mesma infraestrutura e sem elevação de custos.

Por isso o autor da pesquisa, Elvio de Sousa, concluiu que “as arquiteturas de melhor custo-benefício são as baseadas em leaf-spine”.

“O Data Center da Sanepar está rodando nessa topologia. Cada rack é conectado com porta MPO e cabo de 40 Gb direto nos ativos de rede, direto no switch leaf. Isso é um diferencial e uma tendência cada vez maior no mercado em termos de conectividade” – explica o diretor da Zeittec.

Dois Data Centers de alta velocidade em um só lugar

A estruturação do projeto do data center da Sanepar foi feita com muita atenção e prevista para garantir a máxima segurança.

Dessa forma, foram projetadas duas instalações: a principal e a backup. Aqui vamos conhecer as características de cada uma.

Data Center principal da Sanepar

O data center principal da Sanepar foi construído a partir do sistema de sala segura modular. Esse tipo de projeto possui paredes corta-fogo, certificadas de acordo com a norma NBR 10636, que asseguram alta resistência a água, fogo e outros impactos.

A sala de segura  também possui câmeras de vigilância e um sistema a laser de detecção e combate de incêndio. Em caso de fogo, as paredes resistem a 90 minutos em altas temperaturas e as chamas são controladas por um biogás.

Todas essas ferramentas de proteção garantem mais segurança a todo o sistema eletrônico de dados do data center e a todos equipamentos que estão em operação.

Conceito Tier III: alta segurança energética

Dentre as características que envolvem o projeto entregue para a Sanepar, está a utilização do conceito Tier III, aplicado para estruturas que necessitam de um alto nível de segurança e assegurar a excelência no processamento e armazenamento de dados.

Assim, um Data Center Tier III possui sistema autossustentado, com equipamentos de refrigeração e alimentação de energia redundantes. Ou seja, conta com a repetição dos aparelhos essenciais para essa estrutura.

Isso significa que, para assegurar maior eficiência e segurança energética para o data center da Sanepar, foram instalados:

– Dupla alimentação energética

– Dois no-breaks com tecnologia modular de 150 KVA cada um

– Um transformador de 300 KVA

– Um gerador de 300 KVA

– Uma barra de distribuição dupla

Além disso, houve a replicação dos equipamentos de climatização de precisão, que contam com cinco máquinas de precisão, totalizando 50 TRs (toneladas de refrigeração). O sistema é capaz de proporcionar a manutenção da temperatura, umidade e qualidade do ar do data center.