A tecnologia sempre foi uma indústria predominantemente masculina, com empreendedores icônicos, como Steve Jobs e Mark Zuckerberg, sendo os mais reconhecidos por suas contribuições para o setor. No entanto, a presença feminina, mesmo que tímida, segue em uma crescente. Um levantamento da Revelo, empresa de tecnologia para a área de recursos humanos, mostra aumento da contratação de mulheres em carreiras de tecnologia. Em 2017, elas respondiam por 10,9% das vagas, já em 2020, o número subiu para 12%.

Hoje, cada vez mais mulheres estão entrando em cargos de alto nível de responsabilidade no setor, como exemplos globais: Marissa Mayer, a CEO que revolucionou o Yahoo! e Sheryl Sandberg, COO do Facebook.

Para falar sobre o crescimento da presença feminina no setor, a DCD preparou uma edição especial para este mês de março e irá entrevistar mulheres que atuam no setor de data center. A primeira delas é Claudinéia Gonçalves, Analista de Infraestrutura Sênior da Roche Pharmaceuticals; primeira mulher certificada em DCS Design e DCS Operations no Brasil.

Tatiane Aquim: Quais são as barreiras que uma mulher tem que transpor para entrar e se consolidar no mercado de TI?

Claudinéia Gonçalves: Eu acredito que nós mulheres já conquistamos espaços importantes na sociedade, porém no mercado de TI, este ainda é um caminho longo a se trilhar porque parte destas dificuldades está voltada à cultura, já que a participação de mulheres matriculadas nos cursos de TI ainda é muito baixa. Um caminho viável para realizarmos esta mudança, é a mulher acreditar que é capaz de desenvolver qualquer que seja a função na área tecnológica, gostar e estar capacitada para desenvolver tal função.

T. A.: As mulheres ocupam cada vez mais cargos técnicos ou ainda atuam somente em áreas mais gerenciais?

C. G.: Sim, as mulheres estão ocupando cargos técnicos, porém ainda são minoria.

T. A.: Como profissional do setor para você o que melhorou na operação de data centers nos últimos cinco anos?

C. G.: Acredito que na parte da Infraestrutura de Data Center as ferramentas estão mais integradas vêm possibilitando o monitoramento remoto através de sensores que permitem acompanhar o desempenho do ambiente, assim como os geradores, UPS, sensores nos racks que fazem o controle de umidade e temperatura, consumo elétrico, o que evita intervenções humanas diretamente no ambiente.

T. A.: Que transformações foram mais marcantes para o setor passou nos últimos anos?

C. G.: O data center está sendo cada vez mais inteligente, a chegada da virtualização em sua infraestrutura e componentes de serviços e aplicações.

Novos perfis nas equipes; pessoas mais qualificadas com habilidades na operação do data center e mais instruídas para poder lidar com as mudanças das novas tecnologias.

T. A.: Que tendências virão?

C. G.: Entre as tendências que eu aposto estão: Machine Learning e Inteligência Artificial, responsáveis pelo Gerenciamento de Energia, espaço e capacidade de ampliação, Gerenciamento de refrigeração reduzindo o consumo de Energia, Simulação de Carga para expansão, o que otimiza o desempenho de refrigeração e reduz os riscos para o ambiente. Essas tendências irão facilitar o dia a dia no gerenciamento/operação do data center.