“A carreira no mercado de TI ainda é vista como uma área com predominância masculina. Os últimos dados do IBGE demonstram que entre os profissionais de tecnologia no Brasil, somente 20% são mulheres, e isto é derivado do processo de formação acadêmica e cultural. Nos cursos relacionados à tecnologia, a presença de mulheres ainda é pequena. É preciso estimular esta mudança na base de formação acadêmica e profissional”, aponta a diretora de vendas corporativas da CommScope, Elayne Martins. Apesar do cenário predominantemente masculino, ela ressalta que, cada vez mais as empresas têm se empenhado em equalizar a presença e remuneração das mulheres no mercado de tecnologia. “Talvez pelo fato de o mercado de tecnologia estar em constante evolução, estes paradigmas estejam sendo quebrados mais rapidamente”, reforça a diretora de vendas corporativas da CommScope, que em entrevista fala sobre a atuação da mulher na TI também sobre tendências para o setor. Confira.

DatacenterDynamics: As mulheres estão cada vez mais ocupando cargos técnicos ou ainda somente em áreas mais gerenciais?

Elayne Martins: Considero que muitas vezes as funções de tecnologia são puramente associadas a carreiras extremamente técnicas, quando na verdade, cada vez mais, o ambiente de tecnologia vem se transformando em um ambiente de inovação e criação. Creio que existe um equilíbrio entre mulheres nas funções técnicas e gerenciais, até mesmo pelo fato de que a grande maioria das mulheres que ocupa uma função gerencial neste segmento passou por alguma função mais técnica em sua carreira, passando a função gerencial a ser um objetivo na jornada profissional.

DCD: A mulher fica em desvantagem ao homem que ocupa o mesmo cargo que ela?

E. M.: Na minha carreira eu sempre assumi que, independente de gênero, a posição é de igualdade, e considero que as competências, habilidades e a busca constante pelo aprimoramento são o fator mais importante para determinar uma posição e o sucesso profissional.

Vale lembrar que a Commscope promove o programa DIBN (Diversity and Inclusion Business Network), que é focado em promover e incentivar um ambiente de trabalho dinâmico e inclusivo que valoriza a diversidade e as experiências.

DCD: Como profissional do setor como você avalia o investimento em redes ópticas no Brasil hoje?

E. M.: O Brasil ainda é um mercado que necessita de ampliação das redes de comunicação. Ainda temos muitas regiões sem cobertura adequadas e a demanda tecnológica tem feito com que este processo se acelere. Nos próximos anos ainda vamos verificar um crescimento das necessidades de ampliação de redes ópticas.

DCD: A atual situação econômica tem influenciado os investimentos?

E. M.: O cenário atual tem com certeza influenciado os investimentos. Enquanto algumas áreas foram afetadas pela situação econômica e são obrigadas a revisar seus investimentos, em vários setores, a situação atual acelerou a transformação, e o investimento em tecnologia e comunicação passou a ser prioridade para atender novas demandas e adaptar as transformações pelas quais vários segmentos estão passando. As restrições impostas pela pandemia modificaram comportamentos sociais e corporativos, que obrigaram as redes a evoluir rapidamente para adaptar-se a uma nova realidade de interação e consumo.

DCD: De onde vem a demanda por redes ópticas?

E. M.: Toda demanda nasce de necessidades atuais e futuras, como por exemplo necessidades demandadas por novas tecnologias como Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Computação em Nuvem, adoção de streaming e/ou transformações sociais, como por exemplo a necessidade de aprendizado e trabalho remoto, gerando uma demanda por menos latência e mais velocidade, o que vem acelerando a transformação das redes de dados e comunicação.

DCD: Como a Computação em Nuvem tem influenciado os investimentos em fibra?

E. M.: Cresce a cada dia o número de conexões e dispositivos em uma rede em nuvem, tecnologias que no passado eram consumidas somente por corporações hoje estão acessíveis a todos, e este rápido crescimento tem demandado que provedores de computação em nuvem invistam no crescimento dos data centers para suprir estas necessidades de velocidade e capacidade de processamento, e ao mesmo tempo gerem a ampliação das redes de comunicação.

DCD: E o 5G?

E. M.: O protagonismo da conectividade nunca foi tão importante como agora, e o foco de transformação da telecomunicações é a na implantação do 5G, e como pilar desta transformação, já existe um investimento nas redes ópticas e na transformação da arquitetura das redes para que as mesmas estejam preparadas para adoção desta tecnologia .

DCD: Quais foram os investimentos da CommScope no Brasil nos últimos dois anos?

E. M.: A Commscope nos últimos anos tem investido em inovação e em aumentar sua oferta de produtos para atender às novas e futuras tecnologias. Também houve a aquisição de Arris e a Ruckus, que agregaram novas ofertas ao portfólio. Também temos investido em aumentar nossa presença em várias regiões por meio de parceiros.

DCD: Qual é a importância da operação no Brasil para a matriz?

E. M.: O Brasil é o maior mercado da América Latina, onde temos grandes empresas e ainda demanda muito investimento em tecnologia, o que torna o Brasil estrategicamente importante para a operação Global da Commscope.