A Microsoft iniciou conversas com o órgão europeu de comércio de nuvem CISPE em uma tentativa de resolver suas preocupações sobre os termos de licença da empresa.

O gigante da tecnologia procura um acordo com o CISPE, que possui entre seus membros fornecedores europeus de nuvem como o OVHCloud, Aruba e AWS, em uma tentativa de evitar uma possível investigação antimonopólio pela União Europeia.

O CISPE apresentou uma queixa à Direção Geral de Concorrência da UE em novembro de 2022, questionando as mudanças que a Microsoft havia realizado nos termos de sua licença. Estipularam que os clientes que usaram Microsoft Office 365 e suas outras ferramentas de produtividade teriam que comprar uma licença adicional para executá-los em um fornecedor de nuvem externo.

É uma medida para tentar convencer os clientes que mudaram para a plataforma de nuvem Azure da Microsoft e se afastaram de seus dois maiores rivais na nuvem pública (AXS e Google Cloud), mas a ação também se aplica a todos os outros fornecedores de nuvem europeus, algo que o CISPE afirma que dá à Microsoft uma vantagem injusta à custa de seus competidores menores.

Após a queixa do CISPE, a Microsoft afirmou que mudaria seus termos para que o requisito de licença adicional só se aplique à AWS, Google Cloud e os serviços na nuvem proporcionados pelo gigante tecnológico chinês Alibaba.

A partir desse momento serão realizadas mais conversas entre as partes para tentar abordar todas as preocupações da associação.

Uma declaração do CISPE publicada nessa semana dizia: “Como base para as discussões, o CISPE reiterou que qualquer remediação e resolução devem ser aplicados em todo o setor e serem acessíveis a todos os clientes da nuvem na Europa. Além disso, os acordos serão tornados públicos, sujeitos a escrutínio e acompanhamento por parte de terceiros”.

“O processo se encontra em uma etapa inicial e continua sendo incerto se essas discussões trarão soluções efetivas às supostas práticas anticoncorrenciais. Para garantir um progresso rápido e eficaz, o CISPE estipulou que devem ser feitos avanços substanciais no primeiro trimestre de 2024”.

O diretor geral da associação, Francisco Mingorance, acrescentou: “Cada dia que passa sem uma resolução atrapalha ainda mais a viabilidade do setor de infraestrutura de nuvem da Europa e restringe as opções de nuvem disponíveis aos clientes europeus.

“Apoiamos uma solução rápida e eficaz a esses danos, mas reiteramos que é a Microsoft quem deve acabar com suas práticas injustas de concessão de licenças de software para conseguir esse resultado”.

A DCD entrou em contato com a Microsoft para comentar sobre as conversas.