A IBM anunciou nesta terça-feira (16) o início das operações da primeira Região Multizona de IBM Cloud na América Latina, um complexo de data centers que visa acelerar a Transformação Digital e o crescimento das empresas no Brasil e outros países da região. Instalado em São Paulo, o complexo de data centers interconecta a região em três zonas de disponibilidade remotas, cada qual contendo sistemas redundantes de refrigeração, conectividade e energia independentes.

O lançamento que amplia a oferta de soluções de TI hospedadas em data centers de Nuvem Pública da IBM, garante serviços com baixa latência, resiliência, aumenta a segurança e disponibilidade, minimiza interrupções e ajuda clientes a rodar cargas de trabalho de missão crítica em ambientes de Nuvem Híbrida e a implementar novos recursos, como Inteligência Artificial. Em entrevista, Thiago Viola, Líder de IBM Cloud no Brasil, traz mais detalhes sobre o anúncio e a importância desse investimento da companhia no país. Leia, a seguir.

DatacenterDynamics: O que é uma Região Multizona? Onde está localizada? Quais países irá atender?

Thiago Viola: Uma Multizone Region ou Região Multizona é a configuração de diferentes zonas de disponibilidade de IBM Cloud, integradas para oferecer alta disponibilidade, balanceamento de cargas e automação. Dessa maneira, podemos entregar aos usuários serviços resilientes, replicados entre os data centers. Isso é realizado de forma automatizada, reduzindo o esforço de implementação de arquiteturas para cargas de missão crítica. 

A nova Multizone Region do Brasil é composta por três zonas de disponibilidade, que são data centers com infraestrutura de energia, refrigeração e rede independentes e isolados de outras zonas. Esse desenho é o que permite aumentar a tolerância a falhas, além de garantir banda larga e baixa latência entre as zonas dentro de uma mesma região. Os três data centers que compõem a região ficam no interior do Estado de São Paulo e são gerenciados pela própria IBM.

A Multizone Region de IBM Cloud que entra em operação agora é a primeira da companhia no Brasil e na América Latina. Ela é uma importante expansão da nossa presença global de nuvem. A Multizone Region pode atender a clientes de todo o mundo, mas por critérios de latência, só as empresas do Brasil e de países do cone-sul, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, podem aproveitar mais e ter maior interesse. 

DCD: O que muda para a IBM com esse lançamento?

T. V.: A nossa nova Multizone Region é resultado do investimento contínuo da IBM para acelerar a adoção da Nuvem Híbrida e ajudar a promover o crescimento dos negócios digitais no Brasil, em um momento em que empresas em todos os setores estão acelerando seus planos de Transformação Digital para enfrentar a pandemia de Covid-19. É um grande orgulho receber esse investimento no país, e é marco no nosso compromisso de longa data em ajudar empresas, governo e o ecossistema ter sucesso na economia digital.

DCD: Que tipo de serviços a Região Multizona oferece aos clientes da IBM?

T. V.: Nesta primeira fase, já temos disponível um conjunto completo de serviços de infraestrutura como serviços, recursos computacionais de servidores e soluções de armazenamento, que auxiliam na segurança e no controle do tráfego da rede, na proteção de dados sigilosos, nos sistemas de backup e de recuperação. 

Ao longo de 2021, vamos adicionar muitos outros itens do catálogo de IBM Cloud na Multizone Region do Brasil, como os serviços de plataforma para ajudar os clientes na implementação de arquitetura e de aplicações de missão crítica nos ambientes de Nuvem Híbrida. Algumas das novidades que teremos ainda neste ano para o Brasil são as nuvens para indústrias regulamentadas, IBM Cloud para Finanças e IBM Cloud para Telecomunicações, e o IBM Cloud Satellite, nosso lançamento de nuvem distribuída. Vamos oferecer localmente também os nossos recursos de Inteligência Artificial com IBM Watson, e também de blockchain, de IoT e Analytics.

DCD: Quais serão os principais benefícios para a IBM e para os clientes da empresa?

T. V.: Antes da inauguração da Multizone Region, a IBM contava com um data center, que foi ampliado, e agora com três, ampliamos a nossa capacidade de recuperação de desastres. Uma das nossas prioridades, assim como a dos nossos clientes de todos os setores, que têm enfrentado desafios únicos durante a pandemia, é garantir a continuidade dos negócios. Com três zonas de disponibilidade remota, independentes umas das outras, os eventos de falha em potencial afetam apenas uma única zona e que seus negócios vão se manter em funcionamento, pois as cargas de trabalho podem ser acessadas a partir de outra zona. Hospedando cargas de trabalho em IBM Cloud, os clientes IBM sabem seus dados permanecem seguros. Na nossa nuvem, as empresas mantêm o controle de suas próprias chaves de criptografia, o que significa que os clientes são os únicos que controlam o acesso aos seus dados, porque nem mesmo a IBM pode acessá-los.

Alguns de nossos clientes, por negócio, precisam armazenar dados de clientes localmente, e com a nova Multizone Region no Brasil conseguimos atender a essa necessidade.

DCD: Qual o impacto para as empresas que estão em busca da Transformação Digital? Quais setores se beneficiarão mais?

T. V.: A nuvem é hoje uma aceleradora da Transformação Digital das empresas e um pilar fundamental dos negócios para o mundo híbrido e Inteligência Artificial, e pode habilitar recursos e o acesso a outras tecnologias, como blockchain, Analytics e a própria IA. 

Tivemos recentemente um estudo, realizado pelo IBM Institute for Business Value (IBV), que mostrou que para 93% dos CEOs brasileiros entrevistados, a nuvem é a tecnologia mais crítica e a que mais pode trazer mais benefícios para as empresas nos próximos 2-3 anos. Embora a nuvem seja uma tecnologia fundamental para a Transformação Digital e a liderança já tenha essa consciência, somente cerca de 25% das cargas de trabalho mundiais foram migradas para nuvens públicas até agora, então ainda há muito a ser feito. 

Todos os segmentos de mercado podem se beneficiar da Multizone Region, mas a grande diferença será para os setores com requisitos rígidos de soberania e conformidade de dados, que são altamente regulamentados, como governo, serviços financeiros e telecomunicações. Também vão se beneficiar, como mencionei anteriormente, os segmentos que por regulamentação têm a necessidade de localização de dados no Brasil.