Israel disse a Elon Musk que a rede de satélites da Starlink só poderá operar em Gaza com sua aprovação.

Isso ocorre após os comentários de Musk no mês passado de que a Starlink tentará fornecer seu serviço para “apoiar a conectividade com organizações de ajuda reconhecidas internacionalmente em Gaza”.

Musk visitou Israel nessa semana e também falará com o presidente israelense Isaac Herzog durante sua viagem.

Na terça-feira, 28 de novembro, o Ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karhi, confirmou que o plano de Musk para fornecer serviços a Gaza depende de Israel.

“Como resultado desse importante acordo, as unidades de satélite da Starlink só podem operar em Israel com a aprovação do Ministérios das Comunicações do país, incluindo a Faixa de Gaza”, escreveu Karhi em uma publicação na rede social X.

Gaza atualmente está sob intensos ataques das forças israelenses em represália pelo ataque terrorista do Hamas no mês passado.

A Faixa de Gaza sofreu uma série de cortes de Internet desde 7 de outubro; o primeiro deles ocorreu em 27 de outubro e durou quase 36 horas.

Um segundo corte em 1 de novembro durou algumas horas antes que os serviços fossem restabelecidos. A empresa de telecomunicações palestina Paltelco afirmou que os serviços de comunicação, incluindo telefones fixos, celulares e Internet, foram afetados. A companhia disse que Israel havia desconectado os serviços. Algumas pessoas com celulares de fornecedores israelenses e egípcios ainda tinham uma conectividade limitada.

Em 5 de novembro, Gaza sofreu seu terceiro apagão em dez dias. O corte durou mais de 15 horas, antes do serviço ser gradualmente restabelecido.

Após a primeira interrupção, Musk foi à X para expressar suas intenções de proporcionar conectividade através dos serviços Starlink.

Mas Karhi respondeu: “Israel utilizará todos os meios disponíveis para lutar contra isso. O Hamas o utilizará para atividades terroristas. Não há dúvidas sobre isso, nós sabemos e Musk sabe. O Hamas é o ISIS (Estado Islâmico).

“Talvez Musk esteja disposto a condicionar o serviço à libertação de nossos bebês, filhos, filhas e idosos sequestrados. Todos eles! Enquanto isso não ocorrer, meu gabinete cortará qualquer vínculo com a Starlink”.

Em resposta, Musk reiterou que a conectividade só será fornecida por “razões puramente humanitárias”.

Também afirmou que serão feitos controles de segurança completos com os governos dos EUA e Israel antes de ativar qualquer terminal Starlink em Gaza.

Musk ainda não respondeu aos comentários de Karhi feitos na segunda-feira, 27 de novembro.

Enquanto isso, na Ucrânia, Musk e a Starlink dão apoio comunicacional tanto à população como a soldados no país em meio à invasão russa em andamento.

A Rússia usou como alvo infraestruturas críticas de redes e telecomunicações, destruindo os métodos de comunicação tradicionais, mas a Starlink permitiu que muitos se mantivessem em contato.

Musk, entretanto, também restringiu algumas vezes o acesso ao serviço da Starlink na Ucrânia, até mesmo perto da Crimeia, ocupada pela Rússia.