Pelo quarto ano consecutivo, a Logicalis, empresa global de serviços e soluções de tecnologia da informação e comunicação, realiza o IoT Snapshot, estudo que analisa os mercados brasileiro e latino-americano em relação à evolução da Internet das Coisas (IoT) e sua adoção. Hoje, mais do que uma promessa, a IoT é algo que já está acontecendo, e é possível ver projetos entrando em fase de roll-out.

Highlights

  • O tema IoT continua crescendo e é cada vez mais relevante. No Brasil, para 42% das empresas analisadas, o tema é de alta importância e a previsão é de que, nos próximos três a cinco anos, cresça para 76%. Nos demais países, a previsão de evolução é de 43% para 73%;

  • Hoje, times diversos conduzem a IoT nas empresas. No Brasil, em 26% das companhias, as iniciativas ficam sob responsabilidade de times multidisciplinares;

  • 35% das empresas brasileiras e 24% das latino-americanas contam com alguma iniciativa de IoT;

  • Dentre os principais benefícios da adoção da IoT estão: redução de custos, agilidade e eficiência operacional;

  • Cultura organizacional e custo são os principais inibidores para adoção de IoT atualmente.

"Justificar investimentos de IoT é algo de suma importância - afinal de contas, a tecnologia deixa de ser hype e torna-se uma (ou mais uma) abordagem estratégica de busca de competitividade. Chegamos a um ponto em que as soluções de transformação digital estão prontas para realmente mudarem as empresas", afirma Yassuki Takano, diretor de consultoria da Logicalis.

Importância da IoT

No mercado brasileiro, 42% dos executivos avaliam a IoT como uma tecnologia de "alta" ou "muito alta" importância para os negócios atuais. O aumento de relevância do tema é consistente, visto que esse número é um pouco maior que os 40% apontados na pesquisa de 2019. Entretanto, a expectativa criada em 2016 ainda não foi atingida, quando 62% dos executivos acreditavam que entre 3 a 5 anos (ou seja, entre 2019 e 2021) a IoT teria "alta" ou "muito alta" importância para os negócios.

Os números também revelam que 76% dos executivos avaliam que, no médio prazo - ou seja, entre 2022 a 2024 -, a IoT terá importância "alta" ou "muito alta" para os negócios. A expectativa caiu um pouco se comparada ao ano passado, em que 82% dos executivos acreditavam na alta importância da IoT para os 3 a 5 anos seguintes.

Os demais países latino-americanos entrevistados aumentaram consideravelmente suas opiniões sobre a importância da tecnologia quando comparado com 2019. O Chile desponta como única exceção. Por lá 37% dos executivos avaliam a IoT como de "alta" ou "muito alta" importância para os negócios, 5 pontos porcentuais menos que no ano passado, mas, no médio prazo, a importância segue a tendência de aumento.

Responsabilidade e investimentos

Uma evolução que acompanha a da IoT é em relação à composição dos times que a conduzem. Agora, a tendência é de serem cada vez mais diversos. De modo geral, a área de TI está envolvida, o que mostra que, com a Transformação Digital e o surgimento de tecnologias disruptivas, a TI vem se tornando uma área de grande relevância para as empresas, deixando de ser uma área de apoio e infra e se tornando fundamental para melhoria do negócio.

Na maioria dos casos, a gestão e implementação de projetos de IoT ainda estão sob a responsabilidade da área de TI (60%), número um pouco menor quando comparado com o ano anterior (68%). Mas é possível notar uma mudança significativa em relação aos projetos conduzidos por times multidisciplinares - especialmente no Brasil. Enquanto no ano passado apenas 3% da responsabilidade e gestão era feita por equipes compostas por profissionais de TI, negócios e inovação, hoje esse porcentual cresceu para 26%. Nos demais países estudados, apenas 9% dos respondentes afirmaram que iniciativas de IoT são de equipes multidisciplinares.

Nível de adoção

A Internet das Coisas tem ganhado cada vez mais espaço na América Latina. No Brasil, 35% das empresas contam com algum uso da tecnologia, enquanto na América Latina o número é 24%. O mercado brasileiro desponta ligeiramente mais maduro, ao ter a maior parte das iniciativas - 19% - já em produção. Nos demais países analisados, a maior parte das empresas (10%) está em fase de Prova de Conceito (PoC), mas o cenário é bastante equilibrado.

Já os planos de investimento em IoT ao longo dos próximos 18 meses se mostram mais contidos que em 2018. Argentina, Chile, Colômbia e México apresentam uma visão um pouco mais otimista em relação a isso. No Brasil, em 2018, 44% dos entrevistados afirmavam ter planos concretos de investir em novas iniciativas de Internet das Coisas; na edição 2019, foram apenas 34% dos respondentes.

Quando se avalia setorialmente o mercado brasileiro, o segmento em que mais há planos concretos de investimentos em novos projetos de IoT nos próximos 18 meses é novamente manufatura. Em segundo lugar, vem o setor de serviços, em que 33% dos executivos afirmam ter planos de investir em IoT. O número é discretamente mais alto que no último ano, quando os respondentes eram 30%. Já o agronegócio, que aparecia em segundo lugar no último estudo com 43% das empresas planejando investir em IoT, caiu para a terceira posição entre os mais interessados, com apenas 20% dos executivos tendo planos concretos.

Investir para quê?

Questionados, executivos brasileiros e demais latino-americanos não têm as mesmas opiniões sobre os benefícios da implementação de projetos de IoT. Brasileiros - como mostra o gráfico abaixo - são diretos ao afirmar que, no topo das prioridades estão: eficiência, fontes novas de receita e suporte à tomada de decisão.

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Desafios

Apesar do aumento de relevância da IoT nos mais diversos setores do mercado, a tecnologia enfrenta algumas barreiras como a cultural e a financeira. As incertezas do cenário econômico regional e a necessidade cada vez maior de justificar investimentos de IoT levaram 38% dos respondentes brasileiros e dos demais países a colocar o item custo como principal inibidor para a adoção dessa tecnologia. Em segundo lugar, aparece a questão da cultura organizacional, apontada por 28% dos executivos brasileiros e por 20% dos latino-americanos como principal barreira para uma adoção completa.

No tema de capacitação e preparo de equipe, os itens que aparecem como principais dificuldades enfrentadas pelos executivos brasileiros são: inteligência artificial e machine learning. Somente 12% dos entrevistados acreditam que suas equipes estão preparadas ou muito preparadas para usar essas tecnologias, enquanto 37% acreditam que seus times não estão preparados. Nos outros países analisados ocorre o mesmo.

Já em relação a temas confortáveis para os executivos estão: redes e segurança. No Brasil, 82% e 68% afirmam que seus times estão preparados ou muito preparados para essas questões. Enquanto isso, na América Latina rede e conectividade aparecem como principais itens do quesito.

Metodologia

A quarta edição do IoT Snapshot foi realizada em parceria com a consultoria Stratica e entrevistou, entre outubro e novembro de 2019, 256 executivos, divididos em: Brasil (146), Colômbia (34), México (32), Argentina (27) e Chile (17). A pesquisa traz um retrato fiel da maturidade da IoT no mercado Latino.