Na tarde de terça-feira, 26 de março, o Gartner realizou uma coletiva de imprensa com três de seus executivos durante a Conferência Gartner Data & Analytics 2024, realizada no Sheraton São Paulo WTC Hotel. Na conversa com a imprensa foram discutidas questões sobre Inteligência Coletiva, Inteligência Artificial Generativa e negócios.

Os executivos presentes na conversa com a imprensa foram Aura Popa, analista e diretora sênior do Gartner, Edgar Macari, analista, diretor do Gartner e co-chairman da conferência de D&A e Peter Krensky, diretor sênior, analista do Gartner e chairman da conferência de D&A.

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Edgar Macari, Aura Popa e Peter Krensky – Gartner

Edgar Macari, no começo de sua apresentação, falou sobre a Pesquisa do Gartner com 477 CDAOs (Chief Data & Analytics Officers), realizada no quarto trimestre de 2023. A pesquisa mostrou que 53% dos 615 CIOs e líderes de tecnologia entrevistados disseram mostrar preocupação sobre a capacidade das empresas de lidar com os riscos do uso da Inteligência Artificial. Mas de qualquer modo, nesse intervalo de um ano de março de 2023 para março de 2024 é possível perceber que houve progressos consideráveis na adoção da IA pelas empresas.

Além disso, Macari afirmou que a IA é um projeto multinível, não só de tecnologia. Tudo o que envolve a adoção de IA nas empresas requer uma mudança na liderança para que o projeto seja bem-sucedido e é preciso existir transparência e equilíbrio entre o valor e o risco existente. Para Macari, a construção da confiança entre a empresa e a IA é essencial.

Aura Popa falou sobre o conceito de Inteligência Coletiva e a necessidade de que pessoas, dados e a Inteligência Artificial trabalhem juntos. A questão da qualidade dos dados, aliás, foi um ponto enfatizado pelos três executivos: A IA Generativa é o assunto do momento e o tema mais “quente” da Conferência, mas para que ela seja eficiente e realmente ajude as empresas a qualidade dos dados a se trabalhar deve ser ótima. Aura Popa foi incisiva nessa questão, dizendo que os clientes têm dificuldade em entender a importância dos dados e a exigência de que sejam precisos. Ela afirmou que os melhores líderes gastam mais tempo na execução do que no planejamento e ressaltou a importância de se ter um cientista de dados na empresa. Sem esse profissional, diz ela, há uma grande possibilidade de que a empresa fique às cegas e tenha mais prejuízo do que benefícios com o uso da IA.

Peter Krensky também acredita que o grande problema é como lidar com a questão da má qualidade dos dados. O executivo diz que há uma boa demanda por especialização em governança e as empesas não estão dando a devida atenção a isso. Para Krensky o setor da governança financeira praticamente não possui profissionais especializados para lidar no dia a dia e que, além dele, é interessante contar com especialistas em governança jurídica, uma vez que é preciso lidar com regulamentações diferentes em cada país e bloco regional.

Por fim, ficou evidente a importância da Inteligência Coletiva para o presente e o futuro das empresas e como é necessário se preparar tomando o devido cuidado com a questão da qualidade dos dados. Como destacou Aura Popa, sem isso é possível que a adoção errada da IA cause prejuízos.