“O Brasil tem uma matriz energética bastante baseada em fontes renováveis (78,1% da matriz elétrica), além de muito diversificada (baseada em mais de uma fonte). Em adição, há o crescimento significativo da energia solar no país, as perspectivas com energia eólica e os investimentos enormes sendo feitos para preparar o Brasil como hub de hidrogênio, além das perspectivas do pré-sal caipira de biometano. Portanto, o Brasil tem diante de si um enorme potencial para liderar o tema de energias renováveis”, avalia Agostinho Villela, Engineering VP da Scala Data Centers, destacando que entre as opções mais viáveis estão as ditas despacháveis. Ou seja, as que podem ser enviadas a qualquer momento para atender a demandas do grid.

“Bons exemplos são hidrelétrica, biomassa, biometano e, futuramente, hidrogênio. Fontes mais intermitentes como solar e eólica, desde que combinadas com formas de armazenamento como reservatórios de hidrelétricas ou sistemas grid-scale de baterias estacionárias, também são boas opções”.

Rogério Pereira, VP Comercial da AES, reforça afirmando que o Brasil tem características que inserem o país em uma posição vantajosa quando se fala em energia renovável. “Além da geografia privilegiada, temos um clima favorável e recursos naturais que colocam o Brasil em um patamar privilegiado e capaz de ocupar essa liderança, se considerarmos a produção de energia solar ou eólica. Outro ponto relevante é que grande parte de nossa matriz energética tem origem na energia limpa. A própria Agência Internacional de Energia (AIE) reconhece isso, uma vez que estamos bem acima da média mundial e à frente dos países mais ricos. Além disso, o Brasil vem se destacando quando se fala em transição energética, mesmo levando em conta que ainda é necessário maior planejamento e mais políticas públicas que possam fomentar o desenvolvimento de tecnologias nessa área”, avalia ele, enfatizando que é imperativo que os data centers façam uma transição energética.

Trata-se de um tema que hoje encontra-se na lista de prioridades das empresas fornecedoras desse tipo de serviço. Além de reduzir o impacto ambiental e as emissões de carbono, a energia limpa gerada a partir dessa transição diminui de forma considerável os custos operacionais do negócio, algo básico e essencial para a sobrevivência de qualquer empresa. Além disso, é a alternativa mais viável nos tempos atuais, com o risco iminente de escassez hídrica”, completa.

O painel "Data Centers & Transição Energética: Qual o papel das energias renováveis no caminho a um futuro mais sustentável no setor?", será realizado dia 7 de novembro, às 17:00, dentro do DCD>Connect e contará também comLuiz Costa, Executivo Sr - Infraestrutura de Data Center da TIVIT.