A estimativa da International Data Corporation (IDC) é que 7% dos gastos totais das empresas de diferentes segmentos seja voltada para a Inteligência Artificial, ultrapassando a cifra de US$ 500 bilhões em 2027. Esse ano, a rápida evolução tecnológica, o aumento da disponibilidade de dados e os avanços em algoritmos levaram algumas empresas a se posicionar nessa corrida.

Em evento sobre a evolução, cases de sucesso e tendências da Inteligência Artificial Generativa, no final de novembro, executivos da GOL, VIVO e BRQ compartilharam aprendizados e desafios da jornada da IA em suas empresas. Destacaram, ainda, o impacto significativo que essa tecnologia teve na transformação de seus modelos de negócio.

A Inteligência Artificial Generativa foi popularizada com o ChatGPT, que completou 1 ano agora em novembro e, em apenas cinco dias atingiu 1 milhão de usuários. Em dois meses, já eram 100 milhões de pessoas utilizando a plataforma. Essa e outras aplicações de IA Generativa estão transformando o mundo dos negócios e da tecnologia, trazendo impactos significativos para várias áreas, como desenvolvimento de software, design, marketing, entretenimento, entre outras... Não é por acaso que grandes players e líderes de vanguarda, estão mobilizados para implementar e evoluir seus produtos e serviços com a nova tecnologia.

Thales Chieco, Head de Tecnologia na GOL, conta que a adoção da IA generativa está sendo rápida e inicia com a implementação de estudos de caso dentro de casa. “O primeiro experimento foi simplificar as consultas ao nosso Código de Ética de 200 páginas. Me juntei com o time e, em 10 minutos, conseguimos reformular o material usando o melhor do OpenAI e surpreendendo a todos”, conta o head.

A GOL também está evoluindo a Gal para responder perguntas frequentes, como regras de viagem, mas a proposta é que a assistente virtual ajude os viajantes com buscas e dicas de turismo hiper personalizadas. “Queremos transformar a nossa IA em uma verdadeira agente de viagens”, complementa.

Thales explica que, para isso, nossa atenção está na experimentação e na garantia da segurança. “A cibersegurança é de suma importância para nós e reflete nosso lema: 'zero erro”

William Bueno, há 18 anos na Vivo e atualmente Head de Produtos IA da empresa, contou que a meta em 2023 foi mergulhar em testes de IA Generativa e desenvolver uma plataforma segura e com governança centralizada. Para o futuro, a Vivo está trabalhando para materializar a IA no atendimento ao cliente (online e off-line) e ganhar eficiência e agilidade.

“Nós lançamos o VivoGPT, dando oportunidade ao colaborador de testar os benefícios do ChatGPT em ambiente controlado, otimizando consultas às informações e processos internos. Também realizamos testes de análise das interações no Call Center e em pesquisas de satisfação”. William trouxe também os desafios urgentes para a escalar a IA dentro da companhia, como qualificação de profissionais, regulamentação e equilíbrio ambiental “A energia consumida pelo uso intensivo de IA pelas empresas já é uma questão. Temos que equilibrar os benefícios da IA com a necessidade de reduzir sua pegada de carbono”.

Por sua vez, a BRQ Digital Solutions evoluiu seu modelo de negócios para materializar a Inteligência Artificial com inovação e responsabilidade, prometendo quebrar barreiras técnicas e financeiras, transformando desafios de negócios em oportunidades. “Com a nova plataforma Fusion AI, a produtividade e eficiência estão sendo redefinidas. Nossos centros de excelência em IA & Advanced Analytics & Automation, Design e UX, Cloud, Mobile, Salesforce e Reference Architecture estão sendo potencializados e já somamos mais de 25 projetos com aplicação da AI para diferentes segmentos”, afirma Silvio Andrade, Diretor Estrategista da BRQ.

“O compromisso da BRQ não é apenas oferecer uma solução completa, escalável e Multi IA mas criar um ambiente isolado, mitigar riscos e acelerar resultados tangíveis no melhor custo-benefício”, afirma Roberto Marucco, CEO da BRQ Digital Solutions. Marucco reforça que as grandes empresas estão atentas à adoção da IA generativa bem como às questões de governança, acessibilidade, inclusão, privacidade e desempenho. Elas buscam garantir que suas aplicações de IA sejam seguras e alavanquem a performance.

Os executivos afirmam que a IA não substituirá a inteligência e criatividade humana, mas sim atuará como um co-piloto, oferecendo suporte e acelerando a performance de todos. O uso de dados é um exemplo desse trabalho em conjunto: a IA pode analisar grandes volumes de dados e identificar padrões, tendências e insights rapidamente, enquanto os humanos podem aplicar seu julgamento, intuição e conhecimento contextual para interpretar os resultados da IA ​​e tomar as melhores decisões.

Por fim, eles explicam que, para 2024, algumas barreiras precisam ser quebradas para a evolução da IA, a exemplo da garantia de segurança, escalagem sem altos custos e equilíbrio ESG.

Assim, ao adotar a Inteligência Artificial Generativa, as empresas não estarão apenas abraçando a inovação, mas também estabelecendo bases sólidas para um futuro digital mais inclusivo, seguro e sustentável. Segundo os especialistas, o compromisso em fortalecer a interação humano-máquina, aliado a uma abordagem ética e focada nas necessidades dos usuários, define um horizonte promissor para a revolução digital contínua que moldará os próximos anos.