Figurando no Top500, ranking que lista os maiores computadores do mundo, o supercomputador Fênix HPC (High Performance Computing) é hoje o braço direito da Petrobras. Fornecida pela Atos, a máquina possui 54 Terabyte de memória e 576 Unidades Central de Processamento (CPU´s), o que coloca o Fênix na 142ª posição em capacidade de processamento e o torna o maior supercomputador da América Latina, segundo os parâmetros do ranking.
 
Instalada no Rio de Janeiro (RJ), em março deste ano, a expectativa é que a máquina contribua para ampliar a capacidade de processamento de dados geofísicos da Petrobras, sendo um dos quatro supercomputadores que passam a incrementar a capacidade de processamento geofísico da empresa, que até o final de 2020 terá sua capacidade aumentada significativamente em relação a 2018.
 
Além do Fênix, a Atos é também fornecedora de outros clusters para a Petrobras e do Santos Dumont, o maior supercomputador orientado à pesquisa acadêmica da América Latina. 
 
Uma das líderes globais em serviços digitais, a Atos possui centros de pesquisa e desenvolvimento ligados a supercomputação no Brasil, Europa e Oriente Médio. Ao todo, são mais de 700 profissionais trabalhando exclusivamente com pesquisa em computação de alto desempenho.
 
Em conversa com a DatacenterDynamics, o diretor de Big Data e Cibersegurança da Atos na América Latina, Luis Casuscelli, fala sobre a estratégia da empresa para supercomputação. Leia, a seguir. 
 
DatacenterDynamics: Qual a pretensão da Atos com o Fênix HPC?
 
Luis Casuscelli.: Com esta nova implementação, Atos reafirma sua condição de liderança absoluta no segmento de supercomputação na América Latina, o que já é uma realidade na Europa. 
 
DCD: De que forma o Fênix HPC vem ajudando a Petrobras?
 
L. C.: Suprindo as necessidades do processamento geofísico, ou seja, aplicação de algoritmos matemáticos complexos para geração de imagens do subsolo das bacias sedimentares, de onde resulta possível extrair óleo e gás. Essas imagens são essenciais para todo o processo de exploração e produção desenvolvido, desde a aquisição de novas áreas exploratórias até o desenvolvimento e produção de campos de petróleo.
 
DCD: Gostaria que listasse todos os ganhos.
 
L. C.: A partir desta nova capacidade computacional, será possível fornecer imagens com maior definição e resolução. Isso significa menos riscos geológicos e operacionais e mais rentabilidade nos projetos de exploração e produção, além de reduzir de forma significativa os tempos de processamento desses dados.
 
DCD: Depois do Santos Dumont, o Fênix HPC é o segundo supercomputador fornecido pela Atos, instalado no Brasil, a figurar no ranking Top500. Isso se traduz em uma liderança da Atos neste segmento?
 
L. C.: Sim, podemos destacar que ambos foram no seu momento, considerados os maiores em Latino América e figuraram no Top500, sendo que o Santos Dumont ocupou essa posição em 2015 e o Fênix em 2019.
 
O Santos Dumont é uma ferramenta importantíssima da comunidade científica e seu uso atualmente é voltado para pesquisa, sendo que o Fênix é uma ferramenta produtiva utilizada na exploração e produção de campos de petróleo.
 
DCD: O uso de supercomputador é uma tendência?
 
L. C.: Com a Petrobras, a Atos foi sagrada vencedora de um edital público. Acreditamos que o uso de supercomputação, e fundamentalmente as técnicas e tecnologias utilizadas em processamento massivo e paralelo, começam de forma gradativa a ser cada vez mais utilizadas no mercado empresarial. A utilização de  arquiteturas híbridas e interconexões de alta velocidade, são cada vez mais frequentes em projetos com as novas necessidade e casos de uso de big data, inteligência artificial e “machine learning”
 
DCD: Qual é a importância deste supercomputador para o Brasil?
 
L. C.: Considerando a importância da Petrobras para o Brasil e a exploração e produção de óleo e gás, hoje o Fênix é a ferramenta mais poderosa disponível para a otimização das atividades de processamento geofísico disponível. 
 
DCD: A Atos vem trabalhando em outros supercomputadores?
 
L. C.: Sim, de forma permanente. Atos investe de forma permanente e crescente em supercomputação no Brasil e no mundo, visando manter sua liderança neste segmento. Já possui dois Centros de Competência e Pesquisa no Brasil, onde emprega Doutores e PhD em Ciências da Computação para manter a excelência em seus produtos e serviços relacionados a esta área.Atuamente existem importantes iniciativas em vários segmentos de mercado devido a que algumas aplicações de processamento de dados exigem arquiteturas de processamento paralelo e supercomputação para serem executadas. Simulações de todo tipo em meteorologia, energia nuclear, desenvolvimento de fármacos e vacinas, testes de deformação de estruturas e renderização de leito oceânico para a extração de petróleo, por exemplo, são dentre outras, possíveis casos de utilização de supercomputação.