Confirmando uma posição de liderança na região, a Ascenty acaba de iniciar simultaneamente duas obras no México. Localizados no estado de Querétaro, os dois novos data centers, estão previstos para iniciar as operações em 2021. Cada unidade tem área de 24.000 m² e possuem capacidade de carga de 30 MVA de energia. O investimento total para a construção das duas unidades é de US$ 300 milhões.

No total, a Ascenty completará 21 data centers em três países (Brasil, Chile e México), ampliando sua abrangência de atendimento às demandas de clientes nacionais e multinacionais.

Para falar sobre essa expansão a DCD conversou com o CEO da Ascenty. Sob o comando de Chris Torto, que é cidadão norte-americano, natural de Boston - Massachusetts, com residência permanente no Brasil desde 1989, a Ascenty, fundada em 2010, é hoje uma das maiores provedoras de data centers do Brasil. A empresa tem se concentrado na construção e operação de data centers de classe mundial. Para apoiar seus projetos de expansão, a Ascenty conta, hoje, com investimentos da Brookfield, uma das maiores gestoras de ativos do país. E, com a Digital Realty, que integra uma rede global de mais de 260 data centers localizados em toda a América do Norte, Europa, América Latina, Ásia e Austrália. Confira a entrevista exclusiva, a seguir.

Tatiane Aquim: Por que iniciar simultaneamente a construção de dois data centers no México? Por que não apenas um?

Chris Torto: Temos projetos com clientes que precisam de mais de um site e, em função da demanda reprimida de data centers para o mercado de Hyperscale no México, decidimos investir pesadamente desde o início. Acreditamos que temos muito mais demanda pela frente.

T. A.: Em importância na América Latina, o México é maior que o Brasil para os negócios da Ascenty?

C. T.: México é o segundo maior mercado na América Latina e certamente terá investimentos altos nos próximos anos para atingir o mesmo nível de infraestrutura do Brasil.

T. A.: Em que a implantação dos data centers no México beneficiará os clientes brasileiros?

C. T.: Não sabemos se os data centers no México beneficiarão diretamente os clientes brasileiros, mas há muita demanda para infraestrutura de classe mundial no México para que as maiores cloud providers se instalem no país.

T. A.: Como a Ascenty avalia a posição do Brasil no mercado latino-americano de data center?

C. T.: O Brasil é o maior mercado da América Latina e sempre será.

T.A.: Quais são os planos da Ascenty para o Brasil em 2020?

C. T.: Estamos investindo muito no Brasil. Já iniciamos a operação de mais um novo data center (São Paulo 3) e estamos construindo mais dois novos data centers, também estamos expandindo outros quatro sites. Além disso, compramos terrenos para garantir nossa expansão nos próximos 5 anos. Um terreno fica no município de Sumaré próximo aos nossos dois sites, compondo o que é o campus Sumaré (capacidade de expansão para mais quatro data centers). E a expansão é em nosso campus de Vinhedo.

T. A.: Como a Ascenty avalia que o mercado de data center irá caminhar após o período da pandemia de Covid-19?

C. T.: A pandemia acelerou o mercado, em função da necessidade de muitas empresas incentivarem seus colaboradores a trabalhar em casa, o que acelerou a Transformação Digital no Brasil.

T.A.: Quais são os planos futuros da Ascenty para o mercado mexicano?

C. T.: Como falamos, vamos ter dois mega data centers no ano 2021 e temos planos para expandir no país.

O México é o segundo maior país da América Latina e não tem como não ser um mercado importante para a construção de mais data centers no futuro.

T. A.: Que tendências tecnológicas irão reger o mercado de data center em 2020?

C. T.: Apostamos na Eficiência Energética, já que os data center necessitam de muita energia e a maioria dos nossos clientes querem esta energia seja 100% renovável. A Ascenty já opera quase todos seus data centers no mercado livre de energia. Temos compromisso para garantir que toda a energia utilizada por nós seja 100% renovável.

T. A.: Qual foi o faturamento da Ascenty em 2019?

C. T.: Não abrimos nosso faturamento, no entanto, podemos afirmar que tivemos um aumento de 54% na nossa receita se comparado 2018 para 2019.