Um novo estudo global conduzido pelo Boston Consulting Group (BCG) trouxe à luz uma revelação surpreendente: o Brasil se destaca significativamente no conhecimento e na utilização da Inteligência Artificial Generativa (GenAI). Intitulado "Consumers Know More About AI Than Business Leaders Think", o estudo abrangeu 21 países e contou com a participação de 21,4 mil entrevistados.

De acordo com os resultados, o crescente interesse pelas ferramentas de GenAI, como o ChatGPT, tem impulsionado o Brasil à liderança nesse cenário. Surpreendentemente, 84% dos brasileiros estão familiarizados com essa tecnologia, ultrapassando a média global de 82%. Além disso, a adoção ativa dessas soluções no Brasil também supera a média global, com 32% dos consumidores brasileiros utilizando-as, em comparação com 25% globalmente.

O estudo revelou que o Brasil é a terceira nação com os consumidores mais otimistas em relação à GenAI, ficando atrás apenas da China e da Indonésia. Alexandre Montoro, diretor executivo e sócio do BCG, atribui esse otimismo ao acesso democratizado às ferramentas de IA generativa, combinado com uma população digitalmente engajada e uma cultura de inovação.

Entretanto, apesar do otimismo, o estudo também identificou preocupações entre os consumidores brasileiros, principalmente em relação à segurança de dados e ao uso ético da GenAI. Essas preocupações refletem um indicador de sentimento que coloca o Brasil em sétimo lugar em comparação global.

No que diz respeito ao ambiente de trabalho, o estudo revela um entusiasmo considerável entre os brasileiros, com 74% dos trabalhadores demonstrando animação com o impacto da GenAI em suas atividades laborais. Essa empolgação coloca o Brasil, ao lado do Japão, como um dos países com os trabalhadores mais entusiasmados em relação à tecnologia, ficando atrás apenas da China e da Argentina.

Contudo, esses números não ignoram as preocupações subjacentes. O estudo destaca que tanto no Brasil quanto globalmente, há uma parcela considerável de trabalhadores, principalmente nas áreas de Marketing e Comunicação, Finanças e Contabilidade, que se sentem vulneráveis à substituição por tecnologias como a IA generativa.

Alexandre Montoro enfatiza a necessidade de os líderes brasileiros capitalizarem esse entusiasmo para aumentar a produtividade, investindo no uso responsável da IA generativa e na capacitação das pessoas. Ele ressalta ainda que a IA Generativa tem potencial disruptivo no ambiente de trabalho, exigindo dos CEOs uma consciência dos impactos emocionais e profissionais dessa transformação.