20 nações se comprometeram a triplicar a quantidade de energia nuclear gerada no mundo para 2050, para acelerar a transição a emissões líquidas zero.

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou o acordo entre 22 países na COP28 em Dubai nessa semana. Outro líder que se uniu foi o enviado climático dos Estados Unidos, John Kerry.

“A energia nuclear voltou”, afirmou Macron, que falou em Dubai horas depois do compromisso se tornar público, em um comunicado citado pelo Euractiv.

“A análise do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática mostra que a energia nuclear aproximadamente triplicará sua capacidade energética instalada globalmente de 2020 a 2050 em um cenário médio de 1,5°”, diz a declaração.

Os países que assinaram o acordo foram os Estados Unidos, Reino Unido, Coreia do Sul, Hungria e Países Baixos.

Ao mesmo tempo, outro compromisso foi mencionado na cúpula: triplicar a capacidade de energias renováveis para 2030, que foi apoiado por 120 países.

Macron pediu ao Banco Mundial e a outras instituições financeiras que acrescentem a energia nuclear em qualquer política que tenham para fazer empréstimos para geração com baixas emissões de carbono, o que apoiaria o desenvolvimento de infraestrutura nuclear nas nações emergentes.

“Muitos países em desenvolvimento querem investir em SMR (pequenos reatores modulares), que são alternativas seguras e confiáveis aos combustíveis fósseis, e um bom investimento à autonomia estratégica”, disse Macron.

Mas ainda existe oposição à energia nuclear. O Euractiv informa que a eurodeputada verde e presidenta do Comitê de Transporte do Parlamento da UE, Karima Delli, descreveu que depender completamente da energia nuclear “é uma solução falsa”, argumentando que o mundo deveria depender da energia renovável.

O Greenpeace criticou a “obsessão pró-nuclear” de Macron.

A Agência de Energia Nuclear afirma que o rápido desenvolvimento da energia nuclear é essencial para combater a mudança climática.

“A análise da Agência de Energia Nuclear mostra que triplicar a capacidade de energia nuclear para 2050 proporciona ao mundo uma caminho realista e prático para se chegar aos objetivos de emissões liquidadas zero de carbono. Temos a pesquisa que nos diz o que é preciso fazer, e agora é o momento de agir”, disse o Diretor Geral da Agência de Energia Nuclear, William D. Magwood, IV.