Fundamental para a digitalização do Brasil e com o potencial de mudar significativamente a forma como vivemos e como as empresas fazem negócios, a tecnologia 5G, em sua máxima potência, poderá entregar altíssimas velocidades de internet, latência ultrabaixa, maior confiabilidade e disponibilidade, além da capacidade para conectar massivamente um número significativo de aparelhos.

De forma geral, espera-se que o 5G traga benefícios em três campos principais:

  1. Internet Móvel de alta qualidade: que possibilita experiências mais imersivas, com realidade virtual, realidade aumentada e Inteligência Artificial.
  2. Comunicações de Missão Crítica: que demandam uma conexão ultra estável, ultra confiável e de baixa latência como, por exemplo, o controle remoto de infraestruturas em fábricas, carros autônomos e robôs industriais.
  3. Internet das Coisas: que possibilita a conexão massiva de sensores, com novas aplicações digitais para um grande número de indústrias.

“No contexto industrial, as redes 5G terão papel preponderante, devido a sua grande capacidade e confiabilidade para suportar e se adaptar a um universo de aplicações, e requerimentos necessários à sua execução. Estas redes suportarão aplicações de missão crítica em ambientes extremamente agressivos onde a qualidade dos serviços, bem como sua disponibilidade são essenciais para operações em linhas de montagem, chão de fábrica ou no campo, nas quais a produção não pode parar”, destaca o Diretor de Pré-Vendas B2B da Vivo, Adriano Pereira, que em entrevista, fala sobre os desafios e oportunidades para o mercado de data center brasileiro com o avanço da tecnologia 5G. Leia a seguir.

DatacenterDynamics: O quão perto estamos da tecnologia 5G hoje? Já podemos considerá-la uma realidade ou uma tendência distante para o Brasil?

Adriano Pereira: Vamos usar toda a nossa experiência e liderança de mercado para entregar soluções para as pessoas e empresas, com todo potencial que só o 5G permite. O edital prevê o meio do ano que vem (31 de julho) para entregar o serviço nas capitais (com SA). Estaremos preparados para antecipar na medida que a EAF for constituída e as frequências liberadas. Adicionalmente, reforçamos que temos o 5G (DSS) em NSA em 8 cidades e isso será ampliado de forma gradativa.

DCD: O 5G vem sendo anunciado com uma promessa para a popularização da Internet das Coisas, Telemedicina e streaming de games. Podemos realmente esperar por isso?

A. P.: Com a rede 5G, o segmento de IoT poderá avançar de forma muito mais intensa e veloz. Temos casos com uso experimental das redes 5G em diversos setores, por exemplo, a parceria com a São Martinho e a Ericsson, com foco na conectividade e novas aplicações para a agroindústria. Conectamos a primeira agência bancária com redes 5G, em parceria com o Itaú; criamos um centro de soluções 5G em parceria com a FEI, com foco na pesquisa e desenvolvimento de soluções e aplicações. Além dos nossos projetos de redes privativas LTE onshore e offshore, com grandes empresas como Vale e Petrobras, cuja as infraestruturas estão preparadas para migração para o 5G.

DCD: Como a pandemia tem interferido na adoção do 5G no Brasil?

A. P.: A pandemia afetou diversos setores da economia de forma global. Por aqui, a retomada gradual da economia e as previsões em relação ao PIB afetam os negócios. Não há dúvidas sobre esse cenário, mas temos que manter a roda girando. A Vivo, como uma das principais empresas do Brasil, é uma grande investidora no país. Desde a época da privatização, investimos mais de R$ 400 bilhões para sempre levar as melhores opções de tecnologia de conexão móvel e fixa e manter nossa infraestrutura de rede sempre modernizada.

Anualmente, investimos cerca de R$ 8 bilhões no Brasil para entregar soluções tecnológicas para mais de 97 milhões de acessos. Com o 5G, vamos promover, de forma acelerada, o acesso digital para o maior número de pessoas e empresas em todo o país. Ter uma posição de protagonista no leilão está em linha com o nosso propósito de digitalizar para aproximar e, assim, entregaremos ainda mais valor para os acionistas, colaboradores, clientes e parceiros.

DCD: O quão longe os data centers poderão ir com a consolidação do 5G?

A. P.: Não é novidade que o 5G irá revolucionar as comunicações, em especial a forma como as empresas e pessoas acessam informações. Com o 5G teremos também uma nova geração de tecnologia denominada Edge Computing, que permite o processamento de informações na borda, ou seja, a informação está mais próxima do usuário que requer o acesso. Neste contexto, os data centers irão se transformar, seja pelo armazenamento cada vez mais eficiente e geral de informações e conteúdos, seja em dispersão geográfica.

Em conjunto com a abrangência do 5G, permitindo levar a computação em data centers para pontos cada vez mais remotos. O 5G associado ao Edge Computing possibilitará a transformação do que conhecemos como data centers, seja na capacidade de processamento ou na disponibilidade geográfica.