O crescimento da economia digital vem impulsionando fortemente a busca, tanto por espaço e energia, como também por conectividade e pela Multicloud no Brasil. Nos últimos anos, São Paulo se consolidou como um hub regional estratégico para a América Latina, atraindo investimentos da maioria dos grandes provedores de cloud.

Neste cenário dinâmico, cada negócio está se tornando um provedor digital, o que requer um novo tipo de infraestrutura, construída em torno da utilização de ecossistemas para oferecer experiências digitais fluidas e eficientes.


Em entrevista, o Managing Director LATAM da Equinix, Eduardo Carvalho, lista investimentos, construções e expansões da Equinix no país. Na liderança da Equinix Brasil desde 2011, quando a empresa global de interconexão comprou a Alog Data Centers, Eduardo Carvalho foi responsável pelo plano de crescimento da Equinix no país, liderando diversas expansões pelo Brasil – que hoje conta com sete instalações, incluindo o primeiro data center xScale das Américas.

Nos últimos dois anos, temos visto a inauguração de mega data centers. Existe realmente uma alta demanda?

Sim, há demanda. Abrimos em São Paulo o SP5x em 2021, nosso primeiro site hiperescala (chamados xScale) nas Américas, com o total da capacidade já reservados para uma única companhia. O SP5x é um dos 32 data centers hyperscale previstos em uma joint venture firmada entre a Equinix e o GIC, o fundo soberano de Singapura, com investimento de US$ 6,9 bilhões e presença em países das Américas, Europa e Ásia-Pacífico. Na América Latina outros dois xScale estão previstos para São Paulo, além de um na Cidade do México, dois centros regionais de intensa concentração de organizações que investem na Transformação Digital de suas operações.

Ainda há muitas empresas com data center on-premise no Brasil, em diferentes estágios de migração de suas cargas de trabalho para a nuvem. Com a migração intensa, os provedores buscam parceiros de Colocation para ampliar seu alcance. De acordo com a Frost & Sullivan, o mercado de serviços de data center da América Latina está crescendo, com previsão de taxa composta de crescimento anual de 12,9% entre 2019 e 2024.

De que nicho vem a maior parte da demanda por data center hoje?

Nas Américas, os provedores de serviço devem consumir 56% da velocidade de interconexão até 2025. Os provedores de rede são os maiores usuários e também os que crescem mais rapidamente, de acordo com o "Global Interconnection Index" (GXI) 2023, estudo de mercado anual publicado pela Equinix.

Quando olhamos para as indústrias, o GXI 2023 revela que a demanda por velocidade de interconexão em nossos data centers de São Paulo é amplamente impulsionada pelos ecossistemas de Manufatura e Saúde e Ciências da Vida. No Rio de Janeiro o grande destaque é o setor de Energia e Utilities.

Alguns especialistas apontam que nos próximos cinco anos o mercado de data center brasileiro chegará à maturidade. É isso mesmo?

De acordo com o GXI 2023, o crescimento digital continua: a velocidade de interconexão deve continuar crescendo em mais de 40% em todas as regiões e nas principais áreas metropolitanas até 2025, inclusive nas Américas. Notamos também a aceleração rumo à edge: tanto as empresas quanto os provedores de serviços devem se interligar à infraestrutura de edge 20% mais rápido que o core (infraestrutura central) globalmente, estimulada pelo potencial do 5G e aumento da geração e consumo de dados.

Isso reflete a natureza mutável dos negócios digitais, em especial na América Latina. As organizações precisam cada vez mais se aproximar dos usuários finais e definir conexões de baixa latência para habilitar os aplicativos digitais mais recentes. A implantação de serviços de infraestrutura e interconexão em locais de borda digital ajuda a atingir esse objetivo.