“O Brasil tem diante de si um enorme potencial para liderar o tema de energias renováveis na região. O país tem uma matriz energética bastante baseada em fontes renováveis (78,1% da matriz elétrica), além de muito diversificada (baseada em mais de uma fonte). Em adição, há o crescimento significativo da energia solar, as perspectivas com energia eólica e enormes investimentos que vêm sendo feitos para fazer do Brasil um hub de hidrogênio verde, além das perspectivas do pré-sal caipira de biometano”, avalia Agostinho Villela, vice-presidente de Engenharia da Scala Data Centers, que em conversa com a DCD, destaca que entre as opções mais viáveis de energia renovável, estão as ditas despacháveis. Ou seja, as que podem ser enviadas a qualquer momento para atender a demandas do grid.

Data centers vêm fazendo uma transição energética de forma gradativa?

Data centers respondem por 2% do consumo de energia elétrica do planeta e tem uma pegada de carbono comparável à da indústria de aviação. Portanto, o impacto ambiental da nossa indústria é significativo, o que nos traz uma obrigação fundamental como cidadãos corporativos. Em adição, dado que a nossa indústria tem tradição em sustentabilidade (o crescimento de consumo de energia de data centers se manteve baixo, apesar do crescimento explosivo na capacidade de processamento e armazenamento dos data centers), e em compra de energia renovável (os maiores compradores de PPAs renováveis são os hyperscalers), temos tudo para liderar o tema.

Desde quando a Scala utiliza energia renovável em seus data centers?

A Scala utiliza energia renovável e certificada desde o início de suas operações, comprovada por PPAs com I-RECs. Também estuda o uso de outras fontes de energia como biometano, hidrogênio e baterias para reduzir suas emissões de carbono.

Quais foram os resultados atingidos até agora?

Graças à decisão acertada de só usarmos energia de fontes renováveis, a Scala consegue zerar as suas emissões de Escopo 2 e tem conseguido, desde a sua criação, se manter carbono neutra, reforçando seu compromisso inegociável com a sustentabilidade. Essa é uma premissa de negócios para a Scala, a empresa já nasceu com foco em ESG, há dois anos, e segue como líder do setor no tema.

Quais tipos de energia renovável são os mais viáveis?

As mais viáveis são as ditas despacháveis. Ou seja, as que possam ser enviadas a qualquer momento para atender a demandas do grid. Bons exemplos são hidrelétrica, biomassa, biometano e, futuramente, hidrogênio verde. Fontes mais intermitentes como solar e eólica, desde que combinadas com formas de armazenamento como reservatórios de hidrelétricas ou sistemas grid-scale de baterias estacionárias, também são boas opções.