Com 63,8% da matriz elétrica brasileira proveniente de usinas hidrelétricas, de acordo com o Ministério de Minas e Energia, o país é fortemente dependente de chuvas para a geração de energia. Devido às mudanças climáticas, o Brasil vem sofrendo com uma hidrologia adversa e a previsão é de que o volume de precipitação continue decrescendo de 10% a 45%, dependendo da região do Brasil (PBMC).

Esta escassez de chuvas nos últimos anos se refletiu nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, atingindo 20,66% da capacidade do subsistema Sudeste/Centro-Oeste em setembro de 2021, de acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS).

Tais condições hidrológicas ocasionam volatilidade nos preços de energia, afetando diretamente setores eletrointensivos como o de data center, que representa 1% de toda a energia consumida no mundo. Diante desse cenário, o resfriamento dos servidores é essencial para o bom funcionamento das instalações e, à medida em que aumenta o processamento de dados e, consequentemente, a geração de calor, eleva-se o consumo de eletricidade.

PPA de Longo Prazo

Para a AES Brasil, uma boa alternativa para evitar a volatilidade dos preços de energia, é o PPA (power purchase agreement) de Longo Prazo, contrato bilateral de venda de energia, muitas vezes atrelado a um ativo específico de geração. Esta modalidade de contrato permite a negociação de preços prefixados entre um gerador de energia renovável e um consumidor, possibilitando um amplo rol de vantagens, tais como:

  • Customização do produto conforme necessidades do cliente;
  • Preços de energia mais acessíveis, previsíveis e estáveis;
  • Possibilidade de efetivação do contrato em moeda estrangeira, visando mitigação do risco cambial;
  • Oportunidade de divulgação das iniciativas sustentáveis para o mercado;
  • Contribuir para a ampliação de uma matriz elétrica mais limpa através da viabilização de investimentos em novos ativos renováveis.

A AES Brasil conta com ampla expertise neste modelo de negócio, sendo os principais cases de sucesso:

Anglo American: Contrato de PPA para o fornecimento de 70MWm de energia por 15 anos a partir de 2022.

Ferbasa: Parceria com a AES Brasil para o fornecimento de 80MWm pelo prazo de 20 anos, com entrega de energia a partir de 2024.

Minasligas: Contrato de compra e venda de energia que prevê a entrega de 21 MWm a partir de 2023 por 15 anos.

Alcoa: PPA em dólar, prevendo o fornecimento de 150 MWm, no período de 15 anos, com início em 2024.

Autoprodução de Energia

Atuando em outras frentes, a AES Brasil vem apostando também na Autoprodução de Energia, modelo de negócio em que o produtor de energia elétrica é autorizado a implantar e explorar um empreendimento para geração de energia, produzida para ser destinada, no todo ou em parte, ao seu uso exclusivo.

Benefícios:

“Redução de custos de energia atrelada à previsibilidade e estabilidade de preço no longo prazo, pois o consumidor é autorizado a explorar um empreendimento de geração por um período de pelo menos 20 anos e possui isenção de alguns encargos setoriais sobre a parcela de energia proveniente do autoconsumo”, explica José Carlos Reis, Gerente de Comercialização de Energia da AES Brasil.

Autoprodução por Equiparação:

Neste modelo, José Carlos Reis explica que o cliente participa de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) com a AES Brasil para a construção de um projeto de geração de energia, podendo atender até 100% das suas necessidades energéticas, considerando a participação do consumidor no empreendimento.

“A constituição da SPE pode se dar em diferentes tempos de execução do projeto, desde a constituição dos processos autorizativos regulatórios até a construção e operação do empreendimento”, completa.

Entre os cases de sucesso em autoprodução, a AES Brasil lista:

Unipar Carbocloro: a partir do Complexo Eólico de Tucano, na Bahia, a AES Brasil criou uma joint venture com a Unipar Carbocloro para o fornecimento de 60 MWm por 20 anos.

BRF: a AES Brasil firmou um acordo de investimento para a constituição de uma joint venture com a BRF para a construção de um parque no Complexo Eólico de Cajuína, no Rio Grande do Norte. 80 MWm serão comercializados por meio de um contrato com prazo de 15 anos a ser firmado entre JV e BRF, com início de vigência em 2024.

Certificados de Energia Renovável

Dentre as opções de produtos sustentáveis, a AES Brasil também comercializa I-RECs (International Renewable Energy Certificate), certificados que permitem comprovar que a energia elétrica consumida é proveniente de uma fonte limpa, através de seu rastreamento. O I-REC oferece vantagens como:

  • Maior rastreabilidade para certificações nacionais e internacionais para comprovação de compromissos sustentáveis;
  • Reconhecimento da marca, podendo utilizar o selo verde em produtos ou materiais institucionais;
  • Atendimento às exigências crescentes dos clientes por soluções de descarbonização.

Em 2021, a AES Brasil foi a empresa que mais comercializou I-RECs de fonte hídrica, tendo emitido mais de 1 milhão de certificados no ano. Atualmente, a empresa conta com um portfólio de 4 usinas eólicas e 1 usina solar habilitadas para a emissão dos certificados.