No dia 7 de maio, a partir das11h (horário de Brasília), será transmitido o DCD>Construção e Escalabilidade Latam. Participarão do evento especialistas da Nvidia, Vertiv, KIO, ODATA, Scala Data Centers, Cirion Technologies e DCD>Academy.

Os especialistas abordarão tendências e desafios no projeto e construção de Data Centers na região. Para participar, inscreva-se gratuitamente clicando aqui.

O segundo painel, intitulado “Que aspectos críticos podem impulsionar a construção de Data Centers na América Latina?”, contará com a presença de Luis Fernando Rumbos, Diretor Geral da KIO Colômbia; e Sergio Calviello, Diretor Sênior de Negócios de Data Center da Cirion Technologies, que explorará abordagens inovadoras para superar os obstáculos do setor e impulsionar ainda mais o crescimento e a eficiência do setor na região.

O DCD entrevistou Luis Fernando Rumbos antes de sua participação no painel.

Como avalia o estado da construção de Data Centers na América Latina e quais são os principais obstáculos enfrentados pelo setor?

A democratização das tecnologias em nuvem, 5G, edge computing e inteligência artificial, entre outras, fez disparar a necessidade de computação e armazenamento. Como resultado, o setor de Data Centers está experimentando um crescimento sem precedentes.

A construção de Data Centers cresceu rapidamente, concentrada em poucas cidades dos Estados Unidos, Europa e Ásia. Mas a saturação de Data Centers em algumas cidades, o alto custo da energia nesses países, as regulamentações de proteção de dados e a crescente necessidade de que os dados sejam processados cada vez mais perto do usuário, fez com que as gigantes tecnológicas que utilizam essa infraestrutura voltassem seus olhos para a América Latina.

No ano passado, essa indústria cresceu quase 40%, elevando sua capacidade instalada para cerca de 800 MW e, embora hoje represente menos de 3% da capacidade mundial, no curto prazo triplicará seu tamanho.

O Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro), seguido pelo México (Querétaro e Cidade do México) são os países com maior desenvolvimento de infraestrutura digital no continente. Na sequência vêm Chile, Argentina, Colômbia e Peru, cujos capitais atraem grupos de investidores especializados no desenvolvimento de Data Centers.

Fontes renováveis de energia, principalmente hidrelétricas, uma população jovem com uma demanda crescente por serviços digitais e uma concentração da população nas grandes cidades fazem desta região o lugar perfeito para o desenvolvimento do setor.

Quais estratégias são consideradas essenciais para acelerar o processo de construção de Data Centers na América Latina no momento atual?

  • Planejamento de curto, médio e longo prazo dos sistemas de geração e distribuição de energia elétrica.
  • Desenvolvimento de fontes renováveis de energia, que permitam o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a descarbonização das empresas.
  • Treinar e reter talentos por meio de parcerias com os setores de educação, fabricantes e desenvolvedores do ecossistema. Até 2025, estima-se que globalmente haverá uma escassez de 300.000 especialistas qualificados para esta indústria.
  • Desenvolver projetos de conectividade que garantam comunicações redundantes e de alta velocidade entre Data Centers, cabos submarinos e centros urbanos.

Quais são as tendências emergentes em design e arquitetura de Data Centers que estão sendo adotadas na região da América Latina?

  • O aumento no consumo de energia dos servidores aumentou rapidamente a densidade dos racks e, consequentemente, o projeto para distribuição elétrica, sistemas de refrigeração, confinamento e layout de áreas brancas.
  • Resfriamento líquido. Há alguns anos, os Data Centers foram projetados para densidades de rack entre 3 e 5 kW. Hoje é normal encontrar racks de 20 kW em áreas brancas. A tendência é que, no curto prazo, a potência medida nos racks continue aumentando para 50Kw e até 250Kw. Com isso, é necessário mudar os métodos tradicionais de resfriamento do ar para sistemas mais eficientes com o uso de fluidos como a água.

Existem 3 tipos de sistemas de resfriamento líquido: trocadores de calor de porta traseira, líquido direto para chip e resfriamento por imersão.

  • Construção modular. Esse tipo de construção permite dimensionar as capacidades do centro a um ritmo ajustado à procura, o que se traduz numa utilização mais racional do capex.

O objetivo é desenvolver e implementar unidades com sistemas de geração, backup, distribuição e até refrigeração em módulos padrão. Esse modelo facilita o projeto, a aquisição, a implantação e a operação de Data Centers que estão crescendo de forma escalonada.

  • O uso de dispositivos IOT, redes 5G privadas, a ingestão desses dados em tempo real e o processamento de IA para a análise de processos cada vez mais complexos que reduzem custos de energia, manutenções preventivas e corretivas, etc.