Conforme pesquisa realizada pela Serasa Experian, a representação feminina no setor de tecnologia, no Brasil, é de apenas 0,07% - correspondendo a 69,8 mil profissionais. Quando falamos no segmento de data centers, no mundo, as mulheres representam 10% de sua força de trabalho, segundo a Global Data Centers Survey 2021.

Diante de um cenário discrepante, majoritariamente masculino por sua natureza, mulheres encaram um desafio constante para expandir e conquistar espaços no mercado tecnológico brasileiro. Para Paula Barbaresco Fernandes, diretora da cadeia de suprimentos da MODULAR, empresa especializada no desenvolvimento e produção de Data Centers Modulares, o mercado sempre foi comandado por homens em sua maioria, mas está se abrindo para o feminino.

“Eu vim do ramo de energia, hydro, eólica e solar, e hoje em tecnologia, data centers. Já vivi e presenciei muitas situações, onde a mulher tem que provar sua capacidade por diversas vezes, diferenças salariais com homens ocupando as mesmas posições, mas acredito que isso vem mudando ao longo dos anos e podemos encontrar muitas aberturas neste meio. A mulher vem para somar, em qualquer área que ela seja inserida, homens e mulheres juntos, perspectivas diferentes, abordagens distintas, só tendem a trazer benefícios às organizações, e no segmento de tecnologia não é diferente”, comenta Paula.

À medida que a demanda por capacidade de data centers continua a crescer exponencialmente, a diversidade de talentos, incluindo uma representação equilibrada de mulheres, torna-se ainda mais crucial. Empresas visionárias estão reconhecendo este fato e adotando medidas para trabalhar isso em suas equipes.

Segundo a diretora, programas de mentoria, redes profissionais específicas para mulheres, políticas de recrutamento inclusivas, iniciativas de conscientização e ações para desenvolver e reter talentos femininos dentro da empresa são caminhos importantes para traçar uma jornada de mais oportunidades e espaços para mulheres no mercado tech.

De acordo com o Índice Global de Lacuna de Gênero de 2023, nenhum país alcançou ainda a paridade de gênero plena. No entanto, nove países, incluindo Islândia, Noruega, Finlândia, Nova Zelândia, Suécia, Alemanha, Nicarágua, Namíbia e Lituânia, fecharam pelo menos 80% da sua lacuna.

“É um mercado em crescimento, relativamente novo, e eu vejo, sim, que tende a aumentar a presença feminina no setor de tecnologia. Aqui na Modular, por exemplo, tem um grande exemplo de COO mulher, temos engenheiras trabalhando no desenvolvimento de nossos projetos, mulheres no marketing, gestoras em compras, logística e produção, além de inúmeras montadoras. Então, internamente já ficamos muito felizes de ver essa representatividade em tantos espaços e assim enxergo para o setor como um todo também”, finaliza a diretora.